Alice

Marcadores:

Quando Leonardo era ainda uma criança, ele adorava ir na casa da amiga da mãe, que era muito mais velha do que ele, só que muito mais nova do que sua mãe.

"Mãe, deixa ela cuidando de mim?" - Leonardo implorava. Repare no "mãe", sim, ele havia decidido que era hora de crescer, e que "mamãe" não cabia nos termos de um homem maduro. Ele precisava mostrar que sabia o que queria!

Então a Mãe o deixava. E Leonardo sentava em sua cama, e Alice - Sim, Alice! Este nome fazia cócegas no seu estômago - conversava horas com ele, sobre a vida, sobre ela, sobre ele, sobre tudo!

Leonardo não fazia idéia do que ela falava... Mas ela era tão legal! Ele tomava o pote de sorvete enquanto dois olhos azuis o observavam, e os dedos dela encaracolavam em seus cabelos curtos.



Ele não sabia, mas estava se sentindo completo.

Ninguém com 10 anos saberia que aquela sensação é a busca de muita gente com idade maior do que a dele.

Então, Alice foi aparecendo menos na casa. Ela tinha coisas à fazer. O dever a esperava.

Leonardo era novo demais pra saber que ele sentia saudades.

Um dia Alice não apareceu mais.

Leonardo era novo demais pra saber que ele estava de coração partido.

Depois de 10 anos, Leonardo ainda passa perto de onde ela morava - mas ele não se lembra direito de como era a fisionomia de Alice - ele se apaixonou muitas vezes depois dela - mas ele lembra de 3 coisas.

Sorvete, olhos azuis e uma mão carinhosa.

Os amigos dizem que ouviram uma conversa que as garotas ficam um pouco assustadas com um homem de aspecto preguiçoso que fica passando por lá as vezes. Dizem que ele olha profundamente nos olhos das garotas.

"E ele pediu pra mostrar minha mão depois! Achei tão estranho, que saí correndo!" - reclamava Natália, uma linda sulista de olhos azuis.

Fim.

Comments (2)

Pedófilo taradão.

Pedófilo fofo.

Postar um comentário